sábado, 27 de agosto de 2011

Um pouco de tudo entre aspas, com vírgulas e muitos espaços.

O que faz das pessoas um ser inteligente?

Uma coisa eu digo: não gostaria de obter todas as respostas, elas seriam tão erradas sobre 'um infinito'...

O aqui e agora já é tão subjetivo e remetem-se a vivências, maneiras, símbolos, imagens, artes tão diversas... Para quê estragar toda essa subjetividade com a busca desesperada de respostas?
Paradoxo? Sim. O desejo pela escrita descritiva, pela literatura lírica... é a prova de uma busca. Uma busca pela percepção, pelos detalhes, pela maravilha do inefável, a complexidade da essência humana, que, paulatina, empírica e realmente, é entrelaçada com a complexidade da essência divina.
Em outras palavras, inteligência que se entrelaça com a sabedoria.

A vida é feita de relacionamentos. (Essa frase sempre será um clichê mais do que verdadeiro)
Ao compartilhar espaço, compartilha-se respiração, toque, cultura, percepção, senso, convenção social, advindos de uma enorme linhagem: família, educação, crença, amigos, conhecidos, outros lugares, e com eles, produções, reproduções, ações e reações; e, o que, inicialmente, parecia apenas um indivíduo passou a ser um mundo. Um mundo específico e sobremaneira abrangente.
O compartilhar e o conviver é o local de interação que abarca uma infinidade de mistérios e segredos. Para mim, aí reside a sabedoria... Em que a visão aberta acerca de uma simples noção de infinitas subjetividades [mente(s) humana(s)] é principal base para o começo crítico da convivência.

O que faz das pessoas um ser inteligente?

Uma coisa eu digo: não gostaria de obter todas as respostas, elas seriam tão erradas sobre 'um infinito'...

Karol Guedes.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Trocadilhando teagem


Tanto tempo
tintando tela,
travando teorias,
tabelando tédio
toma-se tombos,
tornam-se tufões,
teatrando trêmula tulipa
titubeava trocar teia:
trabalhando, testando, tinindo...
tudo tinha toque tênue
teu tanto tempo tropeçou
travou...
transpareceu...
tocou...
tornou turbilhão-tulipas.

Karol Guedes


sábado, 2 de abril de 2011

Rabiscos opacos


O desejo do não-achado
que cortara o fio
em padrão rabiscado
pintou tinta o opaco
ultrapassou o papel
arrancou o pesado
o que restou foi a mancha
da tinta
da arte
do padrão
do fio
do corte
rabiscado

Karol Guedes.

segunda-feira, 14 de março de 2011

E quanto às intermináveis dúvidas in(conscientemente) reveladoras de nós mesmos em in(sensatez)?



E quanto à falta de amor?
E quanto ao medo?
E quando o medo do medo torna-se maior do que o último?
E quanto às intermináveis dúvidas in(conscientemente) reveladoras de nós mesmos em in(sensatez)?
Diga-me: Quão longa é a noite?
Quão longa é a sua noite?
E quanto ao tempo?
E quando o tempo é dominado(r)?

"Quanto mais se procurava aproximar-se do problema, maior se tornava a noite..." - A filosofia na época trágica dos gregos.

Há dias desejava pôr em sistema prático o que controlara as interrogativas acima...
Poupei.
Mais uma vez, o tempo era o dominador, porém, controlado (paradoxalmente).

Quando acreditamos em algo com toda nossa força, queremos ir até o fim. (Primeiro exemplo em mente: o amor!)

Voltando acima... E quando há falta de amor?

É seguro e revoltante quando percebemos essa falta no próximo.
Mas, pense: E quando há falta de amor da nossa parte?
A primeira menção de pensamento é acerca do enfraquecimento daquilo em que acreditamos.
Entretanto, a segunda menção (melhor refletida) é acerca do seu fortalecimento!
Constatamos que, de fato, o amor é tão palpável que podemos percebê-lo empírica e detalhadamente. Fortalece pelo fato de ser real, não utópico. Verdadeiro, não artificial. Empírico, não suposto.

O medo do medo traz à tona a capacidade de almejarmos o bom procedimento daquilo em que acreditamos. O tempo é o sujeito sem culpas, sem pressa, vai na valsa... Nele há momentos para tudo (inclusive nada).
O tempo é sem dono, mas possivelmente controlado, quando atribuimos a algo o valor primordial cujo tempo é sutilmente desenhado e desvendado.
Cuidado! Não deixe o tempo te controlar! Controle na mesma medida: vai na valsa...

As intermináveis dúvidas in(conscientemente) reveladoras de nós mesmos em in(sensatez) são as principais chances de te guiarem para a razão que a irracionalidade desconhece, pois, como já dizia o sábio Salomão "Tudo é vaidade!"
Sabe-se o certo, mas tudo é vaidade!
Deseja-se o certo, mas tudo é vaidade!
A luta constante que o sábio Paulo (na carta aos Romanos) já descrevia!

Você decide.

Karol Guedes

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

a-mi-za-de


O valor da companhia: o valor da amizade...
é querer permanecer um bom tempo junto sem querer fazer nada
é sentir um impulso para fazer uma ligação e passar 50 minutos conversando sobre tudo, mais um pouco, e nada
É amizade.
é prestar um enorme favor à medida que se nega a fazer algo para si
perde-se ali, ganha-se aqui.
é preocupação, é cuidado, é discussão, é conselho, é riso... muito riso... é choro...
é muito
é bastante
é pouco tempo, ou muito
É amizade.
é confiança, é bem-estar, é compartilhar...
é dividir um pequeníssimo guarda-chuva debaixo de uma chuva forte...
é molhar-se por completo na chuva: perde-se a calça, mas não se perde o riso!
é revoltar-se pelo querer bem...
É...
amizade.

"I'll be there for you... tan nan nan nan nana..."

Karol Guedes.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Alma. A vida não pára. Calma. A vida é tão rara!

"Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara..."

Isso me fez pairar um pouco... exatamente: pairar!
Através dessa pequena e imensa estrofe da música "Paciência" de Lenine, juntamente com uma boa dimensão do significado da palavrinha supracitada, buscarei dedilhar admiração por um indimensionável significado que outrora existira em ambas: confiança.

Minha vontade de ir fundo nessa música tornou-se um desafio, pelo fato de que ela é intrigante, profunda! É curioso brincar com o jogo de palavras, sentidos e significados que é provocado pela música, sempre! (e, quando falo "sempre", falo de música, não de barulho ou ruído ou balela melódica.)


Percebi que em "Paciência", Lenine tratou sobre o tempo.
Os primeiros versículos do capítulo 3 de Eclesiastes na Bíblia me sugerem a reflexão das fases da vida. De fato, há tempo certo para cada coisa.


Se não me engano, o músico tratou, também, sobre cura.
Basta pensar em sintomas de algumas doenças, para lembrarmos do efeito que a palavra "cura" pode manifestar em nós! (sintomas que o compositor citou como "mal" na 3ª estrofe da música.)

A cada instante musical dessa composição, os temas "tempo" e "fases da vida" são trazidos à tona para o ouvinte/leitor.

Como há tempo certo para cada coisa, prefiro ditar o momento deste texto como inviável para prontas definições. Por outro lado, momento amplamente desejável de construção subjetiva:

Como conseguiria uma águia sustentar-se suavemente no ar, com as asas abertas, se não fora a confiança inconscientemente biológica atuando no momento?
A águia paira, porque tem em suas asas o equilíbrio no movimento: parte interior levantada, parte exterior baixada e as pontas curvadas para cima.

Tento imaginar a sensação de pairar, literalmente, como a águia: me faltariam palavras para descrever a paz.

Há momentos (para não dizer 'nas fases da vida', repetidamente) em que precisamos de calma, paciência, cura: confiança no Autor de tudo isso! (com palavras devidamente grifadas, pois a confiança em si pode ser o motor do desequilíbrio.)
Você confiaria em alguém com quem não possui nenhum tipo de intimidade, nenhum tipo de afinidade?
Então, por que não confiar na pessoa que mais te conhece? Ele conhece mais a fundo do que você mesmo, pode acreditar: Ele te formou!

A calma, a paz, a cura, o conforto de alma, só Deus pode dar.

"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." [João 14:27]

Sabe, agora eu entendo porque Lenine insistentemente dizia: A vida é tão rara!
A vida, para ele, mereceria mais do que letras em caps locks, negrito e sublinhado.

Karol Guedes.